A Internet como meio para
a conexão de pessoas através de sistemas tecnológicos teve diferentes fases: a
primeira, a da conexão em si e o acesso à web a partir dos computadores
pessoais. Depois, vieram as fases da Internet do e-commerce e, em seguida, das
redes sociais e dispositivos móveis. Nos últimos anos, alcançamos uma outra
fase: a da Internet das coisas. E você, já ouviu falar disso?
A Internet das coisas é o
conjunto dos objetos tecnológicos que utilizamos no nosso dia a dia, com o
diferencial de estes poderem “conversar” uns com os outros e tomar decisões
para a praticidade da vida. É colocar conexão de Internet, por exemplo, nos
aparelhos domésticos, como geladeiras, fogões, TVs, de modo que eles possam
colher dados de suas preferências (desde horários para se autoligarem, até
preparar o jantar enquanto você chega do trabalho), a partir de comandos que
você pode acionar utilizando aplicativos no seu celular ou tablets ou do
computador do próprio carro.
Isso já é possível, pois
as fabricantes de eletros e eletrônicos e de automóveis possuem instalada em
seus produtos a combinação de três tecnologias básicas, que são: a Internet, os
sensores que colhem dados e os softwares (chamados de web semântica, pois elas
colhem os dados e os interpretam). Juntos, eles geram a Internet das coisas e
podem mudar o hábito das pessoas na mobilidade urbana, na rotina doméstica.
Várias fabricantes no mundo já estão apostando muito em produtos que possam ser
acionados e programados.
O positivo disso, é claro,
é a praticidade. Poder contar com equipamentos inteligentes que tornem a rotina
e algumas tarefas muito mais estimulantes e ter uma central tecnológica
inteligente na sua casa. O lado negativo é o aspecto da segurança. Já vimos, em
artigo anterior, que o uso da Internet tem reduzido, e muito, a nossa
privacidade, já que, cada vez que acessamos a web, estamos deixando um caminho
de dados sobre nossas preferências e rotinas, indicando o lugar de onde
falamos, dados estes utilizados pelas empresas como startups que monetizam com
as informações que deixamos na Internet. Com os objetos conversando entre si e
conectados à net, esses dados também podem ser rastreados. Cada produto possuirá
identificação, localização, além de informações detalhadas sobre as escolhas de
cada pessoa no mundo, incluindo os alimentos da sua geladeira.
As tecnologias, também
podendo se autoprogramar, dão a possibilidade para que os crackers (bandidos
virtuais) interfiram nesses dados, podendo fazer que os aparelhos “tomem
decisões” complicadas para os usuários, e no ambiente doméstico podem causar
danos graves.
Não estamos falando de
algo muito distante do hoje. A Internet das coisas já é realidade e está
crescendo nas residências brasileiras. A previsão é que até 2020, 38 bilhões de
objetos (além de celulares, carros, geladeiras, micro-ondas, lâmpadas, sistemas
de segurança doméstica etc.) estejam conectados à Internet.
É preciso pensar em que
nível a conversação entre os produtos tecnológicos, criados com o objetivo de
tornar a vida mais prática, pode interferir na vida das pessoas. Por enquanto,
todos estamos de olho, acompanhando para ver aonde essa onda toda de tecnologia
vai nos levar logo, logo.
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