domingo, 6 de setembro de 2015

Ciberbulling: uma violência virtual sem limites


Xingamentos, apelidos, brincadeiras que geram constrangimentos e sentimentos ruins, agressões físicas e morais já foram consideradas simplesmente “brincadeiras de criança ou de adolescente” no ambiente escolar. Mas há pouco mais de 15 anos, esse tipo de violência passou a ser conhecido como bulling e a ter a atenção redobrada não apenas dos pais, mas principalmente das escolas e dos professores.
Mas, enquanto as escolas começavam a discutir o bulling para que ela não afetasse tanto a convivência no ambiente escolar, toda uma geração que nasceu praticamente conectada, já estava enfrentando o bulling no espaço virtual, ou seja, nos grupos e redes sociais na internet. O Ciberbulling, como ficou denominado esse tipo de violência que se dissemina através da internet, chega a ser pior e mais cruel que o bulling, uma vez que ele não tem limites no seu alcance e nas proporções negativas na vida dos adolescentes.
Um constrangimento que antes poderia ficar restrito ao espaço da escola, agora acontece o tempo todo, a toda hora, e os praticantes se valem do anonimato ou de perfis falsos nas redes sociais para ampliar ainda mais o efeito sobre quem sofre o ciberbulling. As mensagens espalhadas na rede já são acompanhadas de fotos, vídeos e áudios, que posteriormente podem incitar outras agressões e transformam a vida da criança, do adolescente e seus familiares em um tormento. 
Diante disso, cada vez mais frequente ler notícias de adolescentes que quando vítimas,  puseram fim à sua própria vida, por não saber lidar com a situação de ciberbulling. (Veja o caso da Amanda Todd e o vídeo que ela deixou na internet, contando a sua história antes de por fim à própria vida aos 15 anos de idade).
E para se ter uma ideia de como os adolescentes precisam mesmo ser esclarecidos sobre esse tema, uma pesquisa sobre o uso da internet pelos brasileiros na Pesquisa Nacional nos Domicílios (PNAD/IBGE) divulgada ano passado pelo instituto, mostrou que a idade em que as crianças já começam a ter os primeiros contatos com dispositivos conectados baixou de 5 para 2 anos de idade e atualmente, os jovens entre 15 a 17 anos têm maior percentual de acesso à internet, com 75,7%. Dos usuários da internet, 32,4%, o equivalente a 27,8 milhões de brasileiros, são estudantes. Destes, mais de 20 milhões estavam na rede pública de ensino ao participarem da pesquisa, enquanto 8,7 milhões estudavam na rede privada no ano de realização da pesquisa, em 2013. Ou seja, a população jovem conectada tende a crescer ainda mais e certamente o ciberbulling pode ser (se já não for neste momento) um grande problema para muitos deles.
É importante dizer que esse tema ainda não é discutido tão amplamente quanto deveria e muitos pais não sabem quando os filhos passam por essas agressões no virtual, muitos nem acreditam que isso possa ser possível. O Ciberbulling ainda não possui leis específicas de punição para os agressores, mas pode e deve ser denunciado às autoridades policiais quando não se sabe de que maneira pôr um fim às agressões. Além de buscar punição, é importante promover diálogos entre pais, escolas e principalmente entre os adolescentes para mostrar que por trás de uma piada contra um colega, há sim um ato de violência que deve ser combatido.

Para iniciar o esclarecimento sobre esse tema que rende muita discussão, é importante ler sobre o assunto. Na internet, destaco a ação social do canal Cartoon que criou um site para tratar desse tema com seu público, mas também com pais e professores no site http://www.chegadebullying.com.br/ onde se pode baixar uma cartilha e com ela, se iniciar projetos e diálogos nos ambientes escolar e familiar. O importante é tratar desse assunto. 

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