Xingamentos,
apelidos, brincadeiras que geram constrangimentos e sentimentos ruins,
agressões físicas e morais já foram consideradas simplesmente “brincadeiras de
criança ou de adolescente” no ambiente escolar. Mas há pouco mais de 15 anos,
esse tipo de violência passou a ser conhecido como bulling e a ter a atenção
redobrada não apenas dos pais, mas principalmente das escolas e dos
professores.
Mas,
enquanto as escolas começavam a discutir o bulling para que ela não afetasse tanto
a convivência no ambiente escolar, toda uma geração que nasceu praticamente
conectada, já estava enfrentando o bulling no espaço virtual, ou seja, nos
grupos e redes sociais na internet. O Ciberbulling, como ficou denominado esse
tipo de violência que se dissemina através da internet, chega a ser pior e mais
cruel que o bulling, uma vez que ele não tem limites no seu alcance e nas
proporções negativas na vida dos adolescentes.
Um
constrangimento que antes poderia ficar restrito ao espaço da escola, agora
acontece o tempo todo, a toda hora, e os praticantes se valem do anonimato ou
de perfis falsos nas redes sociais para ampliar ainda mais o efeito sobre quem
sofre o ciberbulling. As mensagens espalhadas na rede já são acompanhadas de
fotos, vídeos e áudios, que posteriormente podem incitar outras agressões e
transformam a vida da criança, do adolescente e seus familiares em um tormento.
Diante disso, cada vez mais frequente ler notícias de adolescentes que quando
vítimas, puseram fim à sua própria vida,
por não saber lidar com a situação de ciberbulling. (Veja o caso da Amanda Todd e o vídeo que ela deixou na internet, contando a sua história antes de por fim à própria vida aos 15 anos de idade).
E
para se ter uma ideia de como os adolescentes precisam mesmo ser esclarecidos
sobre esse tema, uma pesquisa sobre o uso da internet pelos brasileiros na
Pesquisa Nacional nos Domicílios (PNAD/IBGE) divulgada ano passado pelo
instituto, mostrou que a idade em que as crianças já começam a ter os primeiros
contatos com dispositivos conectados baixou de 5 para 2 anos de idade e
atualmente, os jovens
entre 15 a 17 anos têm maior percentual de acesso à internet, com 75,7%. Dos usuários da internet,
32,4%, o equivalente a 27,8 milhões de brasileiros, são estudantes.
Destes, mais de 20 milhões estavam na rede pública de ensino ao participarem da
pesquisa, enquanto 8,7 milhões estudavam na rede privada no ano de realização
da pesquisa, em 2013. Ou seja, a população jovem conectada tende a crescer
ainda mais e certamente o ciberbulling pode ser (se já não for neste momento) um
grande problema para muitos deles.
É
importante dizer que esse tema ainda não é discutido tão amplamente quanto
deveria e muitos pais não sabem quando os filhos passam por essas agressões no
virtual, muitos nem acreditam que isso possa ser possível. O Ciberbulling ainda
não possui leis específicas de punição para os agressores, mas pode e deve ser
denunciado às autoridades policiais quando não se sabe de que maneira pôr um
fim às agressões. Além de buscar punição, é importante promover diálogos entre
pais, escolas e principalmente entre os adolescentes para mostrar que por trás
de uma piada contra um colega, há sim um ato de violência que deve ser
combatido.
Para iniciar o esclarecimento
sobre esse tema que rende muita discussão, é importante ler sobre o assunto. Na
internet, destaco a ação social do canal Cartoon que criou um site para tratar
desse tema com seu público, mas também com pais e professores no site http://www.chegadebullying.com.br/
onde se pode baixar uma cartilha e com ela, se iniciar projetos e diálogos nos
ambientes escolar e familiar. O importante é tratar desse assunto.
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